Esse blog tem por finalidade principal conscientizar a sociedade para a transparência e seriedade no serviço público, além de fiscalizar o atual governo de Parauapebas, ineficaz e corrupto ao extremo. Pedimos a colaboração de todos para fazermos com que nosso prefeito e alguns secretários sigam o mesmo caminho de Jáder Barbalho, com uma diferença, que aqui os ladrões dos cofres públicos sejam presos, algemados, processados, condenados e o erário seja ressarcido. CERTO Ministério Público?

domingo, 13 de novembro de 2011

QUALQUER SEMELHANÇA, EM FUTURO BREVE, COM O MORRO DOS VENTOS NÃO SERÁ MERA COINCIDÊNCIA.

estadao.com.br, Atualizado: 12/11/2011 21:32

Favela pacificada deixará de ter 'dono'


Marcelo Tasso/AE
Favela pacificada deixará de ter 'dono'
"Policial durante cerco a uma das entradas da Favela da Rocinha"

RIO DE JANEIRO - A ocupação policial termina com o reinado do tráfico na Rocinha, que começou no fim dos anos 1970. Seu 'dono' mais longevo foi Denir Leandro, o Dênis da Rocinha, que reinou absoluto nos anos 1980 e 1990. Foi a era da glamourização do tráfico. Dênis dava entrevistas e cuidava dos negócios instalado em uma cobertura na Tijuca, na zona norte, a quilômetros das vielas da Rocinha.

Mesmo preso em 1987, continuou administrando seu território. Em 1988, quando seu gerente Sérgio Ferreira morreu, o triunvirato que assumiu o posto se apresentou aos jornalistas na Via Ápia, a principal rua da comunidade. A foto de Naldo, com sua 'Jovelina', como ele chamava a metralhadora Uzi, acompanhado de seus dois subalternos, é um retrato do escárnio dos bandidos com a polícia da época.

Foi na gestão de Dênis que o Rio descobriu que crianças franzinas também eram soldados do tráfico. Do alto de uma laje, Brasileirinho, de 13 anos, foi flagrado por jornalistas disparando rajadas de metralhadora para o alto.

Com a morte de Dênis, enforcado na sua cela por outros presos no presídio de Bangu, em 2001, o clima na Rocinha esquentou. Seu sobrinho Luciano Barbosa, o Lulu, rompeu com o Comando Vermelho, se bandeou para outra facção a Amigos dos Amigos (ADA) e inaugurou um período de guerra que assustou os cariocas.

O auge da batalha entre as duas facções criminosas aconteceu em 2004. Foram quatro meses de guerra entre Lulu e Eduíno Eustáquio, o Dudu, do Comando Vermelho, que tentava tomar a Rocinha partindo da favela vizinha, o Vidigal. A guerra só acabou em abril, quando a polícia invadiu a favela, matou Lulu e expulsou Dudu para bem longe dali.

Nem. A Rocinha movimenta milhões com a venda de drogas. Seus últimos 'chefes', incluindo Antonio Francisco Lopes, o Nem, sempre estiveram mais interessados em vender cocaína, maconha e ecstasy do que em disputar outros pontos de venda. A favela também recebia visitantes ilustres. Em 2010, Vagner Love, então jogador do Flamengo, foi filmado entrando no baile funk escoltado por traficantes armados.

Antes disso, o goleiro Julio Cesar teve de se explicar com a polícia porque conversava pelo rádio com Erismar Rodrigues Meira, o Bem-te-vi, então chefe da favela, morto em 2005.

Nem nunca tinha sido preso até quinta-feira. A única vez em que correu risco foi em agosto do ano passado. Ao voltar de uma festa no Vidigal ao lado de outros traficantes, o comboio foi surpreendido por policiais militares.

Dez traficantes chegaram a invadir o Hotel Intercontinental, empreendimento cinco-estrelas que fica na praia, próximo da favela, e fazer 35 reféns, mas acabaram presos.

Vizinhos famosos. A Rocinha fica em um lugar privilegiado. A menos de um quilômetro da favela, na beira da praia, moram artistas como Gilberto Gil, Carolina Dieckmann e Carolina Ferraz, e políticos, como o ex-prefeito Cesar Maia.

Desde as primeiras invasões, nos anos 1950, com a migração de nordestinos para o Rio, a Rocinha cresceu tanto que se espalhou pela encosta e desceu pela Estrada da Gávea, batendo na porta de mansões da elite carioca. Nos condomínios da Gávea que fazem fronteira com a favela, moram celebridades, como o cirurgião plástico Ivo Pitanguy e a atriz Marieta Severo.

A instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) vai ser um alívio também para os moradores do asfalto.



Por PEDRO DANTAS, estadao.com.br, Atualizado: 13/11/2011 7:26

Invasão da Rocinha vai abalar crime organizado no Rio


A ocupação e pacificação da favela de São Conrado, na zona sul carioca, vai abalar uma verdadeira empresa do crime organizado. Com negócios diversificados, bons salários e faturamento semanal de R$ 2 milhões, a 'Rocinha S/A' já era uma das bocas de fumo mais rentáveis do Rio desde a década de 1980. Mas a partir de 2007 viu suas transações se multiplicarem.

A virada começou um ano antes, bem longe dali, em algum barraco na Favela das Malvinas, em Macaé, no litoral norte do Rio, onde Rogério Mosqueira Rios, o Roupinol, aprendeu a refinar cocaína. Só em 2006 ele faturou R$ 1 milhão. Em 2007, após ter a refinaria estourada, refugiou-se no Morro do São Carlos, na zona norte carioca, dominada pela facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), a mesma que controlava a Rocinha.

No São Carlos, a técnica de Roupinol encantou os chefões, que logo o enviaram para a Rocinha. Sua missão era turbinar os ganhos na 'joia da coroa' do tráfico. Em agosto de 2007, a polícia estourou a primeira refinaria na Rocinha e prendeu Leonardo Assunção, de 27 anos, o Português ou Químico, um dos responsáveis pela produção. Era tarde. Naquele momento, a Rocinha já contava no mínimo com três outras refinarias em funcionamento nas localidades da Cachopa, do Terreirão e na Rua 2, conforme denúncias feitas pelo Ministério Público em novembro do ano passado.

Com o faturamento da Rocinha, o chefe do tráfico local, Antônio Bonfim Lopes, o Nem, dispunha de dinheiro para resolver o aspecto mais complexo do refino: a compra de produtos controlados, como ácido sulfúrico, ácido clorídrico, éter, álcool PA e acetona. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Alfredo Junqueira e Alexandre Rodrigues, da sucursal do Rio de Janeiro, estadao.com.br, Atualizado: 13/11/2011 6:32

Favela da Rocinha está dominada e PM pede que população denuncie traficantes escondidos
Favela da Rocinha está dominada e PM pede que população denuncie traficantes escondidos
Wilton Junior/AE
"Operação 'Choque de Paz', com participação de 3 mil homens, usou veículos blindados e helicópteros"

Atualizado às 8h - Os veículos blindados da Marinha deixaram a Favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro por volta de 7h30 deste domingo, 13, após a tomada da comunidade, às 6h20, segundo o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio (Bope). O comando da Operação 'Choque de Paz', informou que a ação foi um sucesso e nenhum tiro foi disparado.

Em entrevista coletiva, o comandante do Estado Maior da Polícia Militar, Coronel Alberto Pinheiro Neto, disse que teve início a fase de busca e de revistas a suspeitos. Ele pediu ajuda da população, denunciando criminosos que ainda permanecem na comunidade ou informando a localização de depósitos de armas e drogas, por meio do disque denúncia: (21) 2253-1177 ou também pelo 190.

'Nossas equipes permenecerão na comunidade por tempo indeterminado. É uma janela de oportunidade. Parte do nosso sucesso depende da população', disse Pinheiro Neto. Ele e o comandante da Polícia Militar, Coronel Erir Ribeiro, passaram a noite na sede do Batalhão da PM no Leblon, na zona sul, onde está montado o centro de operações, que também é responsável pela divulgação de informações para a imprensa.

O oficial descreveu a preparação da operação, iniciada na tarde de sábado, 12, com o deslocamento dos blindados da Marinha para o batalhão da PM no Leblon.

Naquela unidade começou a funcionar o centro de controle e operações às 16h de sábado, 12. Em uma sala com computadores e monitores ficaram representantes das polícias militar, civil, federal, rodoviária, além da Marinha e da Prefeitura da Rio.

Segundo Pinheiro Neto, o secretário de segurança, José Mariano Beltrame, participou, às 19h30 de sábado, de uma grande reunião no Batalhão de Choque, no centro, onde os agentes escalados para a ação receberam atribuições específicas. Às 23h, o secretário se encontrou a cúpula da Polícia Civil na Lagoa, na zona sul e, à meia-noite, Beltrame teve uma reunião semelhante na sede do Bope, em Laranjeiras, na zona sul.

A delegada Marta Rocha disse que a polícia agora cumprirá mandados de prisão na favela, mas não quis revelar quantos. O delegado federal Vitor Poubel destacou que alguns integrantes da quadrilha do traficante Antonio Bonfim Lopes, o Nem, conseguiram escapar da favela, mas muitos ainda permanecem na comunidade.

Para o superintendente da Polícia Federal no Rio, Valmir Oliveira, boa parte da tranquilidade com que a favela foi ocupada na manhã deste domingo, 13, se deve à prisão de Nem, chefe do tráfico na Rocinha, e alguns de seus comparsas, na semana passada.

'Se isso não tivesse ocorrido antes, talvez a situação hoje fosse diferente', comemorou Oliveira.

Pelo menos 150 homens da Polícia Rodoviária Federal realizam bloqueios na região metropolitana, para evitar fugas, inclusive na Ponte Rio-Niterói.

Participaram da operação 'Choque de Paz' três mil homens, apoiados por quatro helicóptoros da Polícia Militar, três da Polícia Civil, 18 veículos blindados da Marinha e mais sete da Polícia Militar (caveirões), além de mil policiais militares nas favelas, 1.300 nas ruas do Rio, 194 fuzileiros navais, 186 policiais civis, 160 policiais federais e 46 policiais rodoviários.

Os agentes começaram a avançar por ruas e vielas das favelas da Rocinha e do Vidigal, na zona sul da cidade, as duas últimas grandes comunidades da zona sul carioca que ainda estavam sob domínio do crime organizado, às 4h10 deste domingo, 13.

Os policiais informaram que os traficantes espalharam óleo combustível nas ruas da Rocinha, em uma tentativa de atrapalhar o avanço dos blindados.

Trânsito liberado - A Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro determinou por volta das 7h40 da manhã deste domingo, 13, a reabertura de todos os acessos às favelas da Rocinha e do Vidigal, na zona sul da cidade.

Desde às 2h30 da madrugada deste domingo, pelo menos oito trechos de vias importantes que passam pelos bairros da Gávea, São Conrado, Barra da Tijuca e Leblon foram fechados para a realização da operação. Durante esse período, muitos moradores da Rochinha se viram obrigados a atravessar dois túneis para chegar às suas residências, numa distancia superior a 5 km.

A movimentação na autoestrada Lagoa-Barra, principal via que liga a Zona Sul à Zona Oeste da cidade e que passa em frente à Rocinha, já esta liberada, mas o tráfego de veículos ainda é reduzido.

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