Bandidos fashion week – por tutty vasques / são paulo

Houve um tempo em que delinquente de olho grande em tênis importado roubava adolescente nas ruas para consumo próprio, mas, ultimamente, não se ouve mais falar nesse tipo de ganho. Dificilmente rola um sinal de riqueza aparente na indumentária do crime.
Repara só: guarda-roupa de assaltante não denuncia a prosperidade do ladrão, e só mesmo em filme de suspense alguém se veste para matar! Bandido a caráter no Brasil é um ser humano como outro qualquer: veste-se de acordo com o ambiente que frequenta.
Tem para todos os gostos: do supracitado pé-de-chinelo ao de colarinho branco, tem bandido de farda, máfia de branco, gangue do capacete, ratos de praia, sem que nenhum homem de bem que ande de sandália, de terno, de uniforme militar, de moto, de jaleco ou de sunga se sinta genericamente ofendido com a ressalva aos maus elementos de suas respectivas tribos.
Atire a primeira pedra o jornalista, economista ou taxista que não conheça um coleguinha em dívida com os bons costumes. Nada mais natural!
Daí a surpresa de quase todo brasileiro com o ataque de nervos de parte significativa do Judiciário em reação ao debate sobre a existência de “bandidos de toga”. Teve magistrado que quase rasga a unhadas a capa de ofício da corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, que puxou a conversa.
Enfim, vestiram a carapuça por cima da toga!
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