Atualizado: 21/4/2012 7:35
Governo estuda proibir novos contratos com a Delta
O governo federal estuda proibir a Delta Construções, principal
empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de firmar contratos
com a União. Os ministros da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e da
Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, determinaram na sexta-feira a
abertura de processo para declarar inidônea a construtora, que faturou, só no
ano passado, mais de R$ 884,4 milhões com obras federais.
O governo explica que a decisão se baseia nas numerosas
denúncias veiculadas recentemente no âmbito da Operação Monte Carlo da Polícia
Federal, 'com indícios veementes de tráfico de influência', e em informações da
Operação Mão Dupla, que apontam o pagamento de propina e outras vantagens pela
Delta a servidores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
(Dnit) no Ceará. A denúncia contra funcionários da autarquia e da empreiteira
foi enviada na sexta-feira à Justiça pelo Ministério Público Federal no
Estado.
As revelações da Operação Monte Carlo deram origem à CPI do
Cachoeira, criada na quinta-feira pelo Congresso Nacional. A investigação vai
apurar elos do contraventor com políticos e também com a Delta. A eventual
declaração de inidoneidade criaria uma espécie de blindagem para o Planalto, que
se afastaria da Delta, alvo da CPI.
Contratos cancelados
A CGU informa que a Delta terá direito a ampla defesa e ao
contraditório no processo de inidoneidade. Caso receba a sanção, além de
proibida de tocar novas obras para o governo, poderá perder contratos já em
execução. A possibilidade de rescisão será, contudo, avaliada caso a caso,
levando-se em conta estágio dos serviços e se a interrupção não prejudicaria o
interesse público.
Nos últimos dias, Estados têm anunciado ações para investigar a
Delta. Em Minas Gerais, por exemplo, o Ministério Público fará um 'pente-fino'
em todos os contratos públicos da construtora. A decisão do governo federal só
veio depois do escândalo desencadeado pela Operação Monte Carlo, que revelou
indícios de envolvimento da empreiteira com a organização do contraventor Carlos
Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e escancarou suas relações com
políticos.
A Controladoria-Geral da União e demais órgãos de controle do
governo federal, porém, têm informações de supostas irregularidades cometidas
pela empresa há anos. Como o Estado mostrou no último sábado, desde 2007 a CGU
identificou problemas em ao menos 60 obras tocadas pela Delta no Dnit, seu
principal cliente. O valor dos contratos com falhas alcança R$ 632 milhões. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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A CONSTRUTORA DELTA PODE FICAR TRANQUILA, APÓS ABRIR A PORTEIRA "COFRE PÚBLICO" DE PARAUAPEBAS, VAI FATURAR OS "150 MILHÕES" E MUITO MAIS, AFINAL DE CONTAS, AQUI NINGUÉM FISCALIZA NADA.
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